Outros posts sobre Saúde

Crossfit para melhorar produtividade da equipe







Ao meio-dia e meia de uma terça-feira, o executivo-chefe da Datalogix fazia flexões no chão de uma sala de conferências. Em torno deles, gestores de contas e analistas de dados levantavam bolas de nove quilos sobre a cabeça, enquanto funcionários de collant pulavam para cima e para baixo nas escadas de carpete do lobby.

Uma desenvolvedora de software ofegante e ruborizada havia se encostado à parede, enquanto uma colega passava a todo vapor. "Força, Karin!", gritou para encorajá-la.

Minutos mais tarde, após recuperar o fôlego, a desenvolvedora estava de volta à sala de conferências, completando a quarta sequência de agachamentos, enquanto um treinador musculoso observava sua forma.

Desde o verão de 2010, a Datalogix, em Westminster, Colorado, oferece aulas de CrossFit duas vezes por semana para os funcionários. O CrossFit ganhou popularidade entre policiais e militares, mas agora também chegou a pequenas e grandes empresas —que creem que os programas de fitness podem aumentar o moral e a produtividade dos funcionários e reduzir o número de licenças por problemas de saúde.

Atividades de fitness são cada vez mais comuns nos escritórios e combinam levantamento de peso, ginástica e treinamento de resistência, atraindo mais de dez milhões de praticantes em todo o mundo, de acordo com a empresa, dos quais 60% são mulheres.

Na verdade, seu entusiasmo o levou a abrir uma academia de ginástica de 930 metros quadrados com a esposa no centro de Boulder, no Colorado, chamada CrossFit Sanitas, onde geralmente faz exercícios às 5h30, cinco vezes por semana, embora às vezes também se junte aos funcionários da empresa.

Roza costumava correr ultramaratonas de 160 quilômetros, mas passou a praticar o CrossFit após uma lesão em 2008.

"Eu me viciei", afirmou após o exercício da sala de reuniões, com a camisa verde banhada em suor. "Foi como crack ou heroína."

Então, quando os funcionários da Datalogix realizaram uma competição de perda de peso três anos atrás para ver quem perderia mais quilos, Roza passou a oferecer aulas de CrossFit no escritório. Roza contratou Pat Burke, proprietário de uma academia de CrossFit da cidade —conhecida como "caixa", em função de seu design enxuto— para dar as aulas.

Burke é ex-fuzileiro naval e traz halteres, anéis de ginástica e bolas de peso, dependendo dos exercícios do dia. Para variar a rotina, ele pode aparecer com pneus de tratores, que os funcionários da Datalogix têm de virar e bater com marretas no estacionamento do prédio, enquanto colegas menos entusiasmados observam a ação das janelas.

Roza estima que 50 dos 200 funcionários da sede da Datalogix já tenham participado de aulas de CrossFit. Os participantes assinam um termo de responsabilidade por lesões e já perderam 135 quilos ao todo —ou pelo menos essa é a informação que Roza coletou informalmente, por meio de entrevistas com funcionários.

Contudo, existem outros benefícios menos quantificáveis. Karin Eisenmenger, de 46 anos, diretora de gestão de pedidos na Datalogix, era quem subia a escada enquanto animava a colega cansada, e afirmou que as aulas unem pessoas de diferentes departamentos, que nem viriam a conversar em outras circunstâncias.

"Se você sua, resmunga e baba ao lado dos colegas", afirmou, "não terá problemas em discutir com eles em uma reunião".

Benefícios
O CrossFit é uma das muitas vantagens que a Datalogix oferece aos funcionários —como aulas de autodefesa e cursos de programação em Java— gratuitas e no escritório. As iniciativas de fitness da empresa, chamadas de DLX Fit, custam cerca de US$ 25.000 ao ano para a empresa. A maioria do dinheiro é gasto com o CrossFit.

"Vivo dizendo que o CrossFit é o novo golfe", afirmou Roza. "Você não imagina a frequência com que falam disso em reuniões de negócios."

O CrossFit começou com o ex-treinador de ginástica Greg Glassman em 2000, na cidade de Santa Cruz, na Califórnia. Ao longo da década seguinte, o conceito que surgiu em uma única academia de ginástica se tornou uma mania global.

Em 2010, uma parceria com a Reebok aumentou ainda mais a fama do CrossFit. A Reebok construiu 15 academias dentro ou perto de seus escritórios no mundo todo e planeja abrir mais 11. Funcionários da Reebok quase sempre recebem descontos na mensalidade.

A maior de todas —conhecida como Reebok CrossFit One, um espaço de 1.115 metros quadrados, com seis treinadores em tempo integral, 14 cordas de escalada e uma rede de escalada, entre outros equipamentos— fica na sede da Reebok em Canton, Massachusetts.

De acordo com Chris Froio, chefe global de fitness e treinamento da Reebok, mais de 300 funcionários vão à academia todos os dias. Assim como em muitas outras academias de CrossFit, a CrossFit One oferece aulas para diversos níveis de habilidade e exercícios feitos de acordo com cada nível.

Portanto, não é incomum encontrar a assistente de contabilidade Anne McKay, de 74 anos, carregando sacos de areia de 2,25 quilos ao lado de Kenneth Gamble, ex-zagueiro do Kansas City Chiefs e executivo da Reebok, cujos sacos de areia frequentemente passam de 45 quilos.

Contudo, esses exageros podem causar lesões se não forem supervisionados corretamente. Em 2008, o ex-técnico de informação da Marinha Makimba Mimms processou a World Gym, afiliada da CrossFit, além de um de seus funcionários em Manassas, na Virgínia, afirmando que um exercício especialmente intenso de CrossFit levou a uma doença em que as fibras musculares se deterioram e entram na corrente sanguínea, causando danos aos rins. Um júri condenou a empresa a pagar 300.000 dólares pelos danos.

Para evitar lesões, a Reebok afirma que os treinadores da CrossFit One monitoram de perto todos os participantes, que também são obrigados a assinarem termos de responsabilidade.

A Dra. Toni Yancey, professora de serviços de saúde na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, apoia medidas que levam as pessoas a fazerem mais exercícios no trabalho. Contudo, ela afirma que dar um pouco de movimento à rotina sedentária do escritório faz mais sentido que forçar algo como o CrossFit, que provavelmente não envolverá a maior parte dos funcionários.

"Pausas para dançar, caminhar em grupo até as reuniões, sentar-se em bolas —essas coisas integram movimentos físicos à rotina diária", afirmou. "E você não precisa correr para o banho logo em seguida."

A necessidade de tomar banho não incomoda os usuários dos centros da Reebok, e outras empresas já notaram os resultados. A ESPN e a loja de artigos esportivos Finish Line consultaram a Reebok para criarem as próprias "caixas" de CrossFit. Em 2011, Glassman ajudou uma equipe de engenheiros seniores da Microsoft a passarem por um curso de certificação de nível um durante o fim de semana.

"Agora já existem 40 treinadores de CrossFit na Microsoft", afirmou, "e eles já ensinam outras pessoas a fazerem isso".

O CMO da CrossFit, James Letchford, afirmou que "algumas centenas" de empresas nos Estados Unidos e na Europa oferecem aulas e mensalidades subsidiadas para seus funcionários.

Camaradagem
A capacidade do CrossFit de gerar camaradagem entre colegas de trabalho —ao menos entre os motivados a experimentar o levantamento de peso ao estilo olímpico— é especialmente interessante para os rigores da cultura das startups.

"Um experiente membro dos Boinas Verdes certa vez me disse que o CrossFit lhe havia ensinado a receita para a camaradagem, que é a agonia aliada ao riso", afirmou Glassman, que tem 56 anos. "Ele estava falando sobre situações de guerra, mas espero ouvir o mesmo de caras que estejam programando computadores."

Funcionários da Neverware, uma pequena startup de tecnologia de Manhattan, concordam que o CrossFit ajuda a aumentar a cooperação no ambiente de trabalho.

"Quando vemos um ao outro banhados em suor, realmente nos ajudamos", afirmou Daniel Ryan, de 22 anos, um desenvolvedor de software que era estagiário da empresa no ano passado.

Até sua recente expansão, a equipe da Neverware fazia exercícios três vezes por semana na CrossFit NYC. Os exercícios eram realizados por volta das 15h, quando os funcionários começavam a perder a concentração, e ofereciam uma pausa muito bem-vinda em uma jornada de trabalho que durava de 12 a 15 horas por dia. Jonathan Hefter, o executivo-chefe de 27 anos, afirmou que esperava que todos os funcionários da equipe participassem.

"Para nós, aquele era um incrível exercício de formação de equipe", afirmou. "Se alguém não fosse, tínhamos problemas."

Tenha um programa de Exercícios Laborais para sua empresa! Clique aqui pra saber mais!

Dicas para profissionais:
  • Como montar Projetos de Ginástica Laboral em empresas de qualquer porte
  • Livros sobre Ginástica Laboral
  • Curso online de Pilates Laboral
  • Grupo de Whatsapp

  • Comente:

    Nenhum comentário