Tenossinovite é a inflamação da membrana que recobre os tendões, dentro dos quais estes tendões se deslocam com a finalidade de proporcionar movimentos as articulações.
Um grande número de doenças pode provocar uma tenossinovite, como por exemplo, artrite reumatóide, gota, infecções, porém a causa mais freqüente é o trauma. Este trauma pode ser um trauma direto ou por uma pressão anormal sobre o tendão (como por exemplo o uso de um calçado apertado). Muitas vezes a tenossinovite se instala após um período de hiperatividade envolvendo uma determinada unidade músculotendinea. Esta condição está muitas vezes relacionada a um esforço repetitivo e em algumas situações no trabalho. A condição é manifestada por dor, edema e crepitação palpável quando o tendão é movimentado (tendinite crepitante).
O quadro clínico normalmente entra em remissão se a articulação é imobilizada por alguns dias.
A doença pode evoluir para quadro de tenossinovite estenosante que é o espessamento da bainha do tendão com redução da espessura interna, por onde o tendão se desloca. Em determinados pontos onde o tendão passa por anéis fibrosos ou proximo a eminências ósseas, o tendão fica momentaneamente preso, dando origem ao chamado “dedo em gatilho”.
A tenossinovite pode desta forma contribuir para redução da qualidade de vida do paciente com dor local e perda da função.
Entre os locais mais comuns acometidos pela tenossinovite temos o flexor do polegar, os flexores e extensores dos dedos das mãos, tendões dos joelhos e tornozelos.
Alguns desses quadros merecem atenção especial, como a inflamação do abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar, que é bastante comum entre pessoas que exercem atividades repetitivas com as mãos e que recebe o nome de tendinite de “De Quervain”.
A síndrome do túnel do carpo é uma doença causada pela compressão e degeneração do nervo mediano ao nível do punho, levando a dor e formigamento na mão.
Nos pés podemos ter a síndrome do túnel do tarso que é uma neuropatia com sintomatologia semelhante a síndrome do túnel do carpo.
Outras formas de acometimento inflamatório periarticular são as tendinites e bursites.
A tendinite é uma condição atribuída a lesão no tendão e sua inserção no osso. Frequentemente a tendinite está relacionada a uma ocupação ou exercício físico. No ombro temos a tendinite bicipital e do supraespinhoso que levam a dor e impotência funcional, sendo comumente confundidas com a bursite. No cotovelo a epicondilite é uma condição bastante comum, resultante de um uso excessivo da articulação ou trauma, levando a dor local principalmente a extensão do punho.
As bursites são inflamações das bolsas periarticulares, bolsas estas que são sacos fechados que servem para facilitar o movimento dos tendões e ligamentos sobre as eminências ósseas.
Existem mais de 80 bolsas de cada lado do corpo, algumas sendo mais agredidas que outras e recebendo um nome.
Assim temos bursite trocanterica, olecraniana, aquiliana, prepatelar, anserina, do calcâneo, etc, de acordo com sua localização.
Tratamento
Se o paciente procura o médico logo aos primeiros sinais da doença, o prognóstico melhora muito e há resolução do quadro geralmente com medidas conservadoras.
Se a duração dos sintomas é maior que quatro meses, a fibrose local torna-se muito grande e pode haver necessidade de intervenção cirúrgica.
As medidas conservadoras incluem:
Repouso absoluto da articulação até cessarem os sintomas;
Imobilização com “Splints”.
O tratamento medicamentoso inclui:
Anti-inflamatório não esteróide;
Para dosagem certa, procure orientação médica. Não utilize medicamentos sem o conhecimento do seu médico.
Corticoesteróide oral ou sob a forma de infiltração.
Após o desaparecimento dos sintomas, medidas fisioterápicas e de reeducação postural devem ser tomadas para que não haja recidiva.
Publicado em 22/06/11 e revisado em 03/08/22
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